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Veja quais países lideram a venda e a compra de arroz do Brasil

Maior parte do grão que entra no território nacional vem do Paraguai, Uruguai e Argentina. Já na exportação, produto brasileiro chega em maior volume na Venezuela, Costa Rica e Senegal. Com disparada de preços, governo zerou taxa de importação do alimento.

Com a disparada do preço do arroz no Brasil, o governo federal resolveu facilitar a entrada do grão zerando a tarifa de importação do alimento para países de fora do Mercosul. Neste ano, a inflação do produto já subiu 19,25%.
A medida, segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deve facilitar o ingresso do alimento no país, especialmente dos Estados Unidos e da Tailândia.

Neste momento, os países que lideram a compra e a venda do arroz são:

Compra:
Venezuela;
Costa Rica;
Senegal.

Venda:
Paraguai;
Uruguai;
Argentina.

Com a derrubada da Tarifa Externa Comum (TEC) para a aquisição de até 400 mil toneladas de arroz fora do Mercosul, a expectativa de especialistas é de que a disparada seja freada. Antes da decisão, a entrada do alimento era taxada em até 12%.
Com a medida, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que os preços do arroz devem começar a cair “nas próximas semanas”.

Em uma conta de oferta e demanda atual, tudo indica que o país está com os estoques de passagem, aqueles usados durante a entressafra, baixos. Neste cenário, indústria e comércio tentam controlar a demanda, seja por limitação de compra ou por aumento de preços, que é o mais comum.
O Brasil produziu 11,2 milhões de toneladas na última safra, aumento de 6,7% em relação à última temporada, e consome, por ano, cerca de 10,8 milhões de toneladas, de acordo com a Conab.

Ao mesmo tempo, no acumulado de janeiro a agosto deste ano, o país vendeu ao exterior 1,15 milhão de toneladas do grão (81,5% a mais que no mesmo período do ano passado). Essas negociações renderam US$ 407 milhões.
Do outro lado, as importações somaram 417,4 mil toneladas de janeiro a agosto, queda de 17,2% na comparação com 2019, movimentando US$ 144,3 milhões. Segundo a Associação da Indústria do Arroz (Abiarroz), a alta do dólar desestimulou a aquisição do alimento no exterior.
Isso indica que o país está com estoque atual em torno de 200 mil toneladas, menos da metade do previsto para o fim do ano, que é de 537,5 mil toneladas.

O trio sul-americano (Paraguai, Uruguai e Argentina) lidera com folga o fornecimento de arroz para o Brasil. Os três países do Mercosul, que já possuem tarifa zerada para a venda do alimento, exportaram 99% do grão que chegou ao mercado brasileiro.
Analistas de mercado dizem que o Brasil é uma referência para o mercado de arroz da América do Sul. Isso significa que se o produtor brasileiro está vendendo em um determinado valor, a tendência é de que os vizinhos negociem por preços parecidos.

Com a TEC dentro deste contexto, fica difícil existir uma pressão de queda no preço do arroz e, por isso, que a retirada da tarifa pode ajudar a conter uma disparada, por criar mais competição entre produtores do Brasil, da América do Sul e, agora, de fora do Mercosul.
Até o momento, apenas Itália e Vietnã são fornecedores relevantes de fora do bloco. Porém, os dois somados forneceram um pouco mais do que 3,5 mil toneladas ao país, um número muito baixo.

Exportação
A exportação aquecida de arroz foi um dos motivos para que o preço do alimento disparasse no mercado brasileiro. Segundo dados do Ministério da Economia, as vendas do produto ao exterior subiram 81,5%, entre janeiro e agosto deste ano, na comparação com o mesmo período de 2019.
Entre os países que mais compraram o arroz brasileiro, estão vizinhos e nações da América Central, Europa e África.

Os venezuelanos compraram 22% do arroz vendido pelo Brasil, 246,4 mil toneladas de um total de 1,15 milhão de toneladas exportadas pelos produtores brasileiros. As negociações renderam mais de US$ 83 milhões.
A Venezuela, que também foi o principal destino do alimento em 2019, aumentou em 32% suas aquisições em volume e em 45,9% em faturamento, de um ano para o outro.

A valorização do dólar frente ao real foi um dos principais motivos de o Brasil acelerar as vendas de arroz. Outro fator é que o país é um fornecedor de alimentos confiável, que não parou durante a pandemia.
“O Brasil foi o único grande produtor agropecuário que conseguiu abastecer o mundo sem problemas durante a pandemia. Diversos grandes players não conseguiram abastecer o mercado internacional, o Brasil sim”, explica o economista Felippe Serigati.

Alta do arroz
A pandemia e as exportações fizeram com que o preço arroz subisse muito nos últimos tempos. O primeiro movimento de grande procura ocorreu no início do período de isolamento social, quando a busca nos supermercados por alimentos básicos para serem estocados disparou.
Com isso, a indústria viu a necessidade de ir às compras, e os agricultores seguraram a venda do produto, enxergando aí uma oportunidade de valorizar o alimento, que vinha perdendo valor nos últimos anos.
O auxílio emergencial foi outro fator importante, porque garantiu poder de compra a grande massa de brasileiros. O programa social lançado durante a pandemia do novo coronavírus já beneficiou 67,2 milhões de pessoas, cerca de um terço da população do país.

G1 SC

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